Geralmente, os motores possuem velocidade fixa. No entanto, esses conjuntos transmissores de velocidade são capazes também de modificar a velocidade original do motor para atender às necessidades operacionais da máquina.
Assim, podemos ter um motor que gire a 600 rotações por minuto (rpm) movimentando uma máquina que necessita de apenas 60 rotações por minuto.
Isso é possível graças aos diversos tipos de combinações de polias e correias ou de engrenagens, que modificam a relação de transmissão de velocidade entre o motor e as outras partes da máquina.
Em situações de manutenção ou reforma de máquinas, o mecânico às vezes encontra máquinas sem placas que identifiquem suas rpm. Ele pode também estar diante da necessidade de repor polias ou engrenagens cujo diâmetro ou número de dentes ele desconhece, mas que são dados de fundamental importância para que se obtenha a rpm operacional original da máquina.
Vamos imaginar, então, que você trabalhe como mecânico de manutenção e precise descobrir a rpm operacional de uma máquina sem a placa de identificação.
Pode ser também que você precise repor uma polia do conjunto de transmissão de velocidade.
Diante desse problema, quais são os cálculos que você precisa fazer para realizar sua tarefa? Estude atentamente esta aula e você será capaz de obter essas respostas.
Rpm
A velocidade dos motores é dada em rpm. Esta sigla quer dizer rotação por minuto.Como o nome já diz, a rpm é o número de voltas completas que um eixo, ou uma polia, ou uma engrenagem dá em um minuto.
Dica
O termo correto para indicar a grandeza medida em rpm é freqüência. Todavia, como a palavra velocidade é comumente empregada pelos profissionais da área de Mecânica, essa é a palavra que empregaremos
nesta aula.
A velocidade fornecida por um conjunto transmissor depende da relação entre os diâmetros das polias. Polias de diâmetros iguais transmitem para a máquina a mesma velocidade (mesma rpm) fornecida pelo motor.
Polias de tamanhos diferentes transmitem maior ou menor velocidade para a máquina. Se a polia motora, isto é, a polia que fornece o movimento, é maior que a movida, isto é, aquela que recebe o movimento, a velocidade transmitida para a máquina é maior (maior rpm).
Se a polia movida é maior que a motora, a velocidade transmitida para a máquina é menor (menor rpm).Existe uma relação matemática que expressa esse fenômeno:
Desse modo, engrenagens com o mesmo número de dentes apresentam a mesma rpm.
Nessa relação, n1 e n2 são as rpm das engrenagens motora e movida, respectivamente. Z2 e Z1 são o número de dentes das engrenagens movida e motora, respectivamente.
Mas o que essas informações têm a ver com o cálculo de rpm?
Tudo, como você vai ver agora.
Cálculo de rpm de polias
Voltemos ao nosso problema inicial. Você está reformando uma furadeira de bancada na qual a placa de identificação das rpm da máquina desapareceu.
Um de seus trabalhos é descobrir as várias velocidades operacionais dessa máquina para refazer a plaqueta.
A máquina tem quatro conjuntos de polias semelhantes ao mostrado na figura a seguir.
Os dados que você tem são: a velocidade do motor e os diâmetros das polias motoras e movidas.
Como as polias motoras são de tamanho diferente das polias movidas, a velocidade das polias movidas será sempre diferente da velocidade das polias motoras. É isso o que teremos de calcular.
Vamos então aplicar para a polia movida do conjunto A a relação matemática já vista nesta aula:
Vamos fazer o cálculo para a polia movida do conjunto B:
Substituindo os valores na fórmula, temos:
O processo para encontrar o número de rpm é sempre o mesmo.
Cálculo de rpm em conjuntos redutores de velocidade
Os conjuntos redutores de velocidade agrupam polias de tamanhos desiguais de um modo diferente do mostrado com a furadeira. São conjuntos parecidos com os mostrados na ilustração a seguir.
Apesar de parecer complicado pelo número de polias, o que você deve observar nesse conjunto é que ele é composto de dois estágios, ou etapas. Em cada um deles, você tem de descobrir quais são as polias motoras e quais são as polias movidas. Uma vez que você descubra isso, basta aplicar, em cada estágio, a fórmula que já aprendeu nesta aula.
Então, vamos supor que você tenha de calcular a velocidade final do conjunto redutor da figura acima.
O que precisamos encontrar é a rpm das polias movidas do primeiro e do segundo estágio. A fórmula, como já sabemos, é :
Primeiro estágio:
Calculando:
No segundo estágio, a polia motora está acoplada à polia movida do primeiro estágio. Assim, n2 da polia movida do primeiro estágio é n1 da polia motora do segundo estágio (à qual ela está acoplada), ou seja,
n2 = n1. Portanto, o valor de n1 do segundo estágio é 400.
Portanto, a velocidade final do conjunto é 100 rpm.
Cálculo de rpm de engrenagem
Como já dissemos, a transmissão de movimentos pode ser feita por conjuntos de polias e correias ou por engrenagens.
Quando se quer calcular a rpm de engrenagens, a fórmula é muito semelhante à usada para o cálculo de rpm de polias. Observe:
Em que n1 e n2 são, respectivamente, a rpm da engrenagem motora e da engrenagem movida e Z2 e Z1 representam, respectivamente, a quantidade de dentes das engrenagens movida e motora.
Vamos supor que você precise descobrir a velocidade final de uma máquina, cujo sistema de redução de velocidade tenha duas engrenagens: a primeira (motora) tem 20 dentes e gira a 200 rpm e a segunda (movida) tem 40 dentes.
Se você tiver um conjunto com várias engrenagens, a fórmula a ser usada será a mesma.
Como exemplo, vamos calcular a rpm da engrenagem D da figura a seguir.
Primeiro estágio:
Dica
Assim como é possível calcular o diâmetro da polia usando a mesma fórmula para o cálculo de rpm, pode-se calcular também o número de dentes de uma engrenagem:
Vamos calcular o número de dentes da engrenagem B da figura acima.
Excelente explicação.
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